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A dor da desconexão de si mesmo

Há algum tempo iniciei uma busca pelo meu autoconhecimento, busquei muitos lugares, porém me encontrei há dezoito anos no Instituto Evoluir, fui carinhosamente acolhida pela Del Mar Gonzalez, e então uma jornada incrível iniciou.


Desde então tive muitos aprendizados, a certeza que me fez agendar um horário numa tarde de junho de 2002, foi a sensação de que eu precisava mudar algo em mim, algo que não estava bom, e eu não sabia exatamente o que era, porém uma voz interior, uma intuição, me chamavam para a mudança.


Na minha vida já tinha realizado alguns sonhos, estudado bastante, o que aliás é o meu valor principal, estudo, era mãe do Mateus, tinha realizado o sonho de trabalhar numa empresa multinacional, que quando eu falava o nome eu sempre ouvia, “ohhh é uma excelente empresa!”, e é, porém o vazio interior que encontrei foi imenso após o primeiro ano, pois eu buscava algo que não sabia exatamente o que era.


Sentia muita dor por não ter certeza do que buscava de verdade, e durante muito tempo busquei encontrar fora de mim. Não funcionou, pois a dor do vazio de estar sempre em busca de algo, e a cada conquista, perguntar o que vem agora, qual a próxima? Lembro da primeira vez que vi meu nome no Estado de São Paulo, lá estava eu, numa matéria mostrando o meu trabalho de Mindfullness com as crianças, porém logo depois de novo uma sensação de desconexão, de vazio...., e para complementar, tenho um tipo de personalidade que evita a dor, então imagina o que aconteceu, um movimento quase cem por cento para fora, sempre em conversas, em encontros, em cursos, desconectada de mim. Na verdade, estava me buscando.


Então a pandemia me arremessou a uma jornada interna inimaginável, de repente tive que olhar para mim, quem eu era, o que eu gostava, qual o meu valor, escutei feedbacks, confiei e me transformei, até fiz as pazes com a minha altura, 1,74m, sempre foi um número que me incomodou...queria ser mais baixa, integrei minha história de vida e meu nome cumprido de origem portuguesa, Alexandra Maria Augusta, num encontro com o querido Ubiraci Pataxó. Me sinto integrada, conectada comigo, nas minhas relações pessoais e profissionais, e com a Natureza. Ah...a conexão com a natureza, meu refúgio nestes meses, passei a ouvir os passarinhos no telhado enquanto trabalho e a acompanhar as fases da Lua, e como é linda, cada uma. Aprendi a sentir a vida de uma forma diferente, a me conectar comigo, com os outros e a natureza.


Recentemente assisti ao desenho animado Soul, recomendo fortemente, pois traz essa reflexão de como cada momento da vida vale a pena.


Hoje trabalho como Coach de transição de vida e carreira, e psicopedagoga, por meio do meu trabalho busco levar às pessoas a minha experiência e conhecimento, para que elas encontrem essa conexão consigo, com as relações, a vida e a natureza. Sinto uma alegria profunda e verdadeira, quando vejo nos olhos daquele que está à minha frente, a descoberta da sua luz, da sua verdade, do seu talento, da sua beleza. E assim, continuo minha jornada de transformação e estou animada com os próximos capítulos.


Estou lendo o livro Os últimos melhores dias da minha vida, de Gilberto Dimenstein e Anna Penido, que ganhei de pessoas muito especiais, a cada frase me emociono e leio bem devagarinho para demorar a acabar, neste Gilberto relata que estava o tempo todo sempre conectado com o que acontecia no mundo. Ao mesmo tempo, que sentia uma desconexão com as pessoas. Que percebia o quanto se afastava das relações, mas não conseguia mudar. Porém muitas mudanças ocorreram na vida desse incrível jornalista e escritor ao ser diagnosticado com câncer de pâncreas.


“Era o meu olhar que fazia o mundo ficar mais belo quando via o colorido das flores refletidas na janela. A felicidade que experimentei nos meus últimos melhores dias não foi provocada por algo extraordinário. Nada disso. Sentia um contentamento gigantesco pelo simples fato de estar vivo e poder compartilhar os meus últimos melhores dias com as pessoas que me cercavam. Para alguém que passou a vida toda desconectado, apavorado e ansioso, aquela sensação era estupenda, como deve ser para a taturana quando se reconhece como borboleta” Gilberto Dimenstein (Os últimos melhores dias da minha vida)


 

Alexandra Maria Augusta

Coach de Transição de Vida e Carreira/Psicopedagoga

E-mail: alexandra@institutoevoluir.com.br

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